O ano de 2025 trouxe um aumento expressivo dos quadros virais na pediatria, especialmente relacionados ao vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus e aos casos de dengue. Segundo o pediatra Dr. Gabriel Melare, as doenças respiratórias continuam liderando os atendimentos nas emergências infantis, incluindo resfriado, gripe, bronquiolite, pneumonia viral e infecções provocadas por vírus como influenza, adenovírus, covid-19 e metapneumovírus. Além disso, seguem frequentes as gastroenterites, que causam vômitos e diarreia, e as doenças exantemáticas, como síndrome mão-pé-boca, catapora, sarampo e rubéola.

O especialista explica que as crianças são naturalmente mais vulneráveis a infecções virais por dois motivos principais: o sistema imunológico ainda imaturo e a grande exposição em ambientes coletivos, como creches e escolas.

“É uma fase em que o organismo ainda está aprendendo a se defender, e a convivência próxima com outras crianças aumenta muito a disseminação dos vírus”, destaca.

Os primeiros sinais que costumam aparecer incluem febre, irritabilidade, mal-estar, queda de apetite e cansaço, podendo vir acompanhados de coriza, tosse, dor de garganta, espirros, vômitos ou diarreia. Apesar de a maioria das infecções ser autolimitada, Dr. Gabriel orienta os pais a ficarem atentos aos sinais de gravidade.

“Febre persistente por mais de três dias, dificuldade para respirar, sonolência excessiva, vômitos contínuos e recusa total de líquidos são sinais que precisam de avaliação imediata”, alerta.

Ele reforça que a febre, isoladamente, não é motivo de desespero, mas o comportamento da criança fora do pico febril é determinante para diferenciar um quadro simples de algo mais sério.

O diagnóstico, segundo o pediatra, é baseado principalmente em uma avaliação clínica criteriosa, com exame físico e observação detalhada da evolução dos sintomas. Exames complementares só são necessários em casos específicos, especialmente para descartar infecções bacterianas.

“Cada criança reage de um jeito, por isso a escuta cuidadosa e o acompanhamento clínico continuam sendo fundamentais”, explica.

Quando o diagnóstico viral é confirmado, o tratamento é focado exclusivamente em medidas de suporte. Hidratação abundante, repouso, alimentação adequada, lavagem nasal com soro fisiológico e uso controlado de antitérmicos ou analgésicos para conforto fazem parte da conduta padrão. O médico lembra que antibióticos não têm efeito sobre vírus e que corticoides raramente são recomendados nesses casos.

“Nos quadros virais, o objetivo é aliviar os sintomas enquanto o sistema imunológico faz o trabalho dele. Automedicação atrapalha mais do que ajuda”, reforça.

No ambiente domiciliar, Dr. Gabriel destaca que pequenas medidas fazem grande diferença na recuperação: manter o ambiente ventilado e umidificado, incentivar a ingestão de líquidos ao longo do dia, promover descanso adequado e observar atentamente qualquer mudança no quadro clínico. São cuidados que colaboram tanto para o conforto quanto para a prevenção de complicações.

A prevenção também continua sendo uma peça-chave, principalmente em períodos de maior circulação viral. Vacinação em dia, higiene constante das mãos, etiqueta respiratória, boa alimentação, sono adequado, brincadeiras ao ar livre e exposição solar controlada estão entre as medidas que fortalecem o sistema imunológico infantil e reduzem o risco de contaminação. Manter ambientes ventilados e evitar exposição à fumaça de cigarro também auxiliam diretamente na proteção das vias respiratórias.

Além das orientações clínicas, o especialista ressalta a importância da comunicação clara entre pediatra e família, que ajuda a reduzir a ansiedade e evita tratamentos inadequados.

“Quando os pais entendem o que está acontecendo e sabem o que observar, o pânico diminui e o cuidado se torna muito mais seguro”, afirma.

Para concluir, Dr. Gabriel deixa uma mensagem direta aos pais:

“Neste período com maior circulação de vírus, é normal que as crianças adoeçam mais. O mais importante é focar na prevenção, evitar a automedicação e observar sempre o comportamento da criança. A febre é uma defesa do organismo, não uma doença. Estou sempre à disposição para orientar e garantir um tratamento seguro e eficaz, evitando o uso desnecessário de antibióticos”.

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