As doenças do trato gastrointestinal estão entre as mais prevalentes da atualidade, afetando de forma significativa a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas. Entre elas, a gastrite e a úlcera gastrointestinal merecem destaque, não apenas pela frequência com que aparecem, mas também pelos riscos que podem trazer quando não diagnosticadas e tratadas de forma correta.
A gastrite consiste na inflamação da mucosa do estômago, podendo ser aguda, quando surge repentinamente, ou crônica, quando evolui de forma lenta e persistente. Já a úlcera gastrointestinal é caracterizada por uma lesão mais profunda, geralmente localizada no estômago ou no duodeno, que pode causar dor intensa e complicações sérias se negligenciada. Apesar de distintas, as duas condições compartilham sintomas semelhantes, como dor ou queimação abdominal, náuseas, vômitos, perda de apetite, sensação de estufamento e, em casos mais graves, presença de sangue nas fezes ou vômitos escuros.
Uma das principais causas associadas à gastrite e à úlcera é a infecção pela bactéria
Helicobacter pylori, altamente prevalente na população. Essa bactéria enfraquece a barreira protetora do estômago, tornando-o mais vulnerável ao ácido gástrico. Além dela, outros fatores também contribuem para o aparecimento das doenças, como o uso frequente de anti-inflamatórios, estresse crônico, consumo excessivo de álcool, tabagismo e dieta rica em alimentos gordurosos ou ultraprocessados.
O tratamento é multifatorial e deve sempre ser orientado por um médico. Na maioria dos casos, envolve medicamentos que reduzem a acidez do estômago e favorecem a cicatrização da mucosa. Quando a Helicobacter pylori está presente, associa-se o uso de antibióticos especificos. “Cada paciente precisa ser avaliado individualmente, já que os sintomas podem variar muito e, em alguns casos, permanecer silenciosos até que a doença esteja avançada”, explica a Dra. Fernanda Faria.
Além da terapia medicamentosa, os hábitos de vida desempenham papel essencial no controle e na prevenção. Uma alimentação equilibrada, com preferência por frutas, legumes, cereais integrais e proteínas magras, ajuda a reduzir a inflamação e a proteger o estômago. Evitar café em excesso, refrigerantes, frituras e comidas muito condimentadas também é recomendado. A especialista ressalta ainda a importância de abandonar o tabagismo, moderar o consumo de bebidas alcoólicas e adotar estratégias de controle do estresse, já que o fator emocional tem forte influência sobre o sistema digestivo.
Outro ponto fundamental é a busca pelo diagnóstico precoce. Exames de imagem, como a ultrassonografia abdominal, podem auxiliar na investigação, mas muitas vezes é necessária a endoscopia para confirmar a presença de lesões ou da bactéria H. pylori. “O diagnóstico correto é a chave para um tratamento eficaz e seguro, evitando complicações como sangramentos, perfurações e até maior risco de câncer gástrico em casos crônicos”, alerta a Dra. Fernanda.
A qualidade de vida dos pacientes costuma melhorar consideravelmente após o início do tratamento adequado. Ao controlar os sintomas e eliminar a causa subjacente, é possível voltar a ter uma rotina sem dores ou desconfortos. Para a especialista, a adesão às
orientações médicas é o diferencial para o sucesso: “O paciente precisa entender que pequenas mudanças de hábitos, somadas ao acompanhamento clinico, podem transformar sua relação com a saúde digestiva”.
A gastrite e úlcera gastrointestinal são condições que exigem atenção e cuidado, mas com diagnóstico precoce, tratamento adequado e ajustes no estilo de vida, é totalmente possível recuperar o bem-estar. Mais do que tratar os sintomas, o objetivo é devolver ao paciente qualidade de vida e confiança em sua saúde.

