O desenvolvimento infantil sempre esteve no centro da trajetória da pediatra Dra. Natália Rosendo, profissional que construiu uma carreira sólida em instituições como UEM, Santa Casa, USP e CBI Miami, e hoje se destaca pelo olhar atento e humanizado às crianças com altas habilidades e superdotação (AH/SD).
Sua escolha por essa área nasceu tanto da prática clínica quanto da experiência pessoal, ao reconhecer o perfil de seu próprio filho, percebeu o quanto o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado podem transformar vidas. Mais do que números ou laudos, a médica leva para o consultório a sensibilidade de mãe.
“Sei, na prática, o quanto esses pequenos podem ser intensos, criativos e questionadores, e o quanto as famílias muitas vezes se sentem solitárias ou incompreendidas. Por isso, conduzo cada consulta validando sentimentos e oferecendo acolhimento real, de mãe para mãe”, explica.
Com uma formação ampla e em constante atualização, atualmente finalizando também especialização em psiquiatria da infância e adolescência, a Dra. Natália acredita que o grande diferencial do seu atendimento é o olhar integrativo. Para ela, compreender a criança em suas dimensões emocionais, sociais, acadêmicas e de saúde é tão importante quanto tratar sintomas.
“O mundo está mudando e os profissionais precisam mudar junto. Meu compromisso é unir ciência, acolhimento e experiência pessoal para oferecer um cuidado individualizado e completo.”
Em sua rotina clínica, recebe frequentemente pais cheios de dúvidas: será que o filho é mesmo superdotado ou apenas precoce? Precisa de laudo para a escola reconhecer? Ele vai ter dificuldade de socialização? Como apoiar sem pressionar? Foi justamente para responder a essas perguntas que a médica escreveu seus primeiros e-books, “Guia para pais de crianças superdotadas” e “Crianças que sentem demais: espiritualidade e altas habilidades na infância”, hoje referências no tema.
Entre os inúmeros casos que marcaram sua carreira, Dra. Natália cita o de um adolescente superdotado que chegou ao consultório em depressão, após bullying e aceleração escolar mal conduzida.
“Ele já apresentava pensamentos suicidas e uma sensação de não-pertencimento muito forte. Com calma, escuta ativa e uma rede de cuidados construída passo a passo, conseguimos redirecionar seu caminho. Hoje, segue em desenvolvimento saudável, encontrando espaços para ser quem é de verdade.”
Parte do seu trabalho também é desconstruir mitos que ainda cercam a superdotação. O primeiro é a ideia de que crianças superdotadas não precisam de ajuda. O segundo é acreditar que apenas notas altas no boletim indicam altas habilidades.
“Elas podem, sim, ter vulnerabilidades emocionais e sociais. Muitas vezes o potencial aparece em criatividade, sensibilidade ou pensamento crítico, e não necessariamente no desempenho escolar tradicional.”
Para a pediatra, o diagnóstico precoce é um divisor de águas. Identificar e apoiar essas crianças desde cedo permite oferecer estímulos adequados, prevenindo frustrações, ansiedade e baixa autoestima. No entanto, ela reconhece que a falta de preparo ainda gera obstáculos:
“Na escola, muitas vezes são vistos como estranhos, arrogantes ou difíceis. E na sociedade, persiste a ideia equivocada de que não precisam de suporte.”
Dedicada a mudar esse cenário, Dra. Natália busca ampliar cada vez mais sua voz por meio de conteúdos educativos, congressos, artigos científicos e debates sobre neurodivergência. Seu objetivo é também contribuir com políticas públicas que garantam às crianças superdotadas o direito a um desenvolvimento pleno.
“Quero transformar conhecimento em impacto real para as famílias, tornando visível um grupo que ainda é invisibilizado.”

