O climatério é uma fase natural da vida da mulher que marca a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Ele geralmente ocorre entre os 40 e 65 anos e é caracterizado por alterações hormonais que podem trazer uma série de sintomas físicos e emocionais. Embora seja um processo fisiológico, seus efeitos podem afetar
intensamente a qualidade de vida. Nesse contexto, o ginecologista desempenha um papel fundamental não apenas no diagnóstico e tratamento, mas também na orientação sobre estilo de vida e bem-estar.
De acordo com a ginecologista Dra. Elaine Maia, a assistência médica durante o climatério deve ir muito além da prescrição de medicamentos. “É nesse momento que a mulher precisa de acompanhamento integral. Orientações sobre alimentação saudável, prática de exercícios físicos, cuidados com a saúde mental e higiene do sono são ferramentas essenciais para atravessar essa fase com mais qualidade de vida”, destaca.
Entre os sintomas mais comuns do climatério, os fogachos
- ondas súbitas de calor — estão entre os mais relatados, seguidos por suores noturnos, insônia e alterações de humor.
Além disso, muitas mulheres enfrentam
ressecamento vaginal, diminuição da libido, ganho de peso, alterações na pele e queda de cabelo. Do ponto de vista emocional, é frequente o surgimento de ansiedade, irritabilidade e até sintomas depressivos. “Esses sintomas não devem ser vistos como algo que a mulher precisa apenas suportar. Existem estratégias eficazes para reduzir o impacto no dia a dia”, reforça a especialista.
Uma das opções de tratamento que pode ser indicada é a Terapia Hormonal (TH), cujo objetivo é repor os hormônios que passam a ser produzidos em menor quantidade nessa fase. Essa intervenção pode trazer grande alívio para os sintomas, melhorar a densidade óssea e reduzir o risco de osteoporose. No entanto, a Dra. Elaine Maia alerta que a TH não é indicada para todas as mulheres. “Ela pode ser extremamente benéfica, mas é fundamental avaliar o histórico individual de saúde. Casos de câncer de mama, doenças tromboembólicas, problemas hepáticos graves e histórico de doenças cardiovasculares podem contraindicar o tratamento”, explica.
Por outro lado, mulheres que não apresentam
contraindicações podem se beneficiar significativamente da reposição hormonal, desde que seja feita com acompanhamento médico criterioso e revisões periódicas.
Além da terapia, práticas como alimentação equilibrada, manutenção do peso corporal, fortalecimento muscular e atividades de relaxamento, como yoga e meditação, ajudam a controlar os sintomas e promover bem-estar.
Assim, o climatério deve ser compreendido como uma fase de cuidado e atenção especial à saúde da mulher. Com orientação médica adequada e mudanças positivas no estilo de vida, é possível atravessar esse período de forma mais saudável, confiante e equilibrada. “A informação e o acompanhamento individualizado são as melhores
ferramentas para que a mulher viva essa etapa com plenitude”, conclui a Dra. Elaine Maia.

