A inflamação crônica tem sido apontada por especialistas como um dos maiores gatilhos de sintomas que impactam o cotidiano de milhões de brasileiros — mesmo daqueles que acreditam estar “aparentemente saudáveis”. Fadiga persistente, inchaço abdominal, dores articulares, dificuldade para perder peso, alterações de humor, ansiedade, baixa imunidade e desequilíbrios hormonais são apenas algumas das manifestações mais comuns desse processo inflamatório que se instala de forma silenciosa e, muitas vezes, passa despercebido por anos.
Segundo a médica Roberta Cristiane Oliveira da Silva, pós-graduanda em Medicina Funcional Integrativa pela Academia Brasileira de Medicina Integrativa, o cenário é ainda mais preocupante porque grande parte desses sintomas é normalizada pela população. “Muita gente acredita que viver cansado, com dor ou sempre ‘estressado’ é apenas consequência da rotina. Mas, na verdade, esses sinais são alertas claros de que existe algo errado no funcionamento do organismo”, explica.
Com formação inicial em Educação Física e residência multiprofissional em Saúde da Família, Roberta desenvolveu uma abordagem clínica que considera o corpo como um sistema interligado — onde metabolismo, intestino, hormônios, imunidade e emoções atuam em permanente diálogo. Essa base multidisciplinar permitiu que ela enxergasse, com profundidade, como pequenas disfunções podem desencadear quadros inflamatórios capazes de evoluir para doenças crônicas se não forem tratados na raiz.
A literatura científica reforça esse

entendimento. Estudos publicados em periódicos como Nature Reviews Immunology e The Lancet apontam que a inflamação crônica de baixo grau está diretamente associada ao desenvolvimento de doenças como diabetes tipo 2, obesidade, síndrome metabólica, hipertensão, doenças cardiovasculares e até transtornos de humor. Pesquisadores definem esse processo como uma “inflamação silenciosa”, persistente e sistêmica, na qual o organismo passa a liberar mediadores inflamatórios diariamente, mesmo sem uma infecção ou lesão evidente. Com o tempo, essa ativação constante do sistema imunológico cria um ambiente propício ao adoecimento.
Outro ponto amplamente estudado pela comunidade científica é o papel do intestino nesse processo. Pesquisas sobre o eixo intestino-cérebro, publicadas em revistas como Cell e Gut, demonstram que desequilíbrios na microbiota intestinal podem desencadear inflamação sistêmica e alterar diretamente humor, energia, imunidade e metabolismo. Segundo Roberta, esse é um dos motivos pelos quais tantos pacientes relatam “cansaço sem explicação” ou “inchaço constante” — sintomas frequentemente ligados a disfunções intestinais não diagnosticadas.
Além disso, evidências sugerem que o estresse prolongado contribui significativamente para a manutenção da inflamação crônica. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que altos níveis de cortisol por longos períodos podem alterar a resposta imune e favorecer a inflamação sistêmica. “Por isso, trabalhar emoções, sono e rotina é tão importante quanto ajustar alimentação. Não existe saúde metabólica sem saúde emocional”, destaca a médica.
Para identificar esse quadro inflamatório, Roberta utiliza uma linha de investigação detalhada, que inclui histórico de vida, rotina, hábitos alimentares, sono, saúde emocional e exames específicos. O tratamento, por sua vez, varia de acordo com a origem do processo inflamatório. Pode envolver ajustes alimentares, suplementação estratégica, regulação hormonal, suporte intestinal, redução de cargas tóxicas e orientações práticas para manejo de estresse e qualidade do sono.
A médica atende presencialmente, por telemedicina e também com visitas domiciliares, oferecendo um cuidado individualizado e humanizado — especialmente para pacientes que desejam entender o que está por trás de quadros de fadiga crônica, ganho de peso sem explicação, ansiedade, distúrbios metabólicos e outros sintomas que impactam diretamente qualidade de vida. “Meu foco é tratar a raiz do problema, não apenas aliviar o sintoma. Quando o paciente entende o que está acontecendo e participa do processo, os resultados são mais duradouros”, destaca.
Em um país onde a correria diária muitas vezes silencia os sinais do corpo, a atuação de profissionais como Roberta Cristiane se torna fundamental para reacender um alerta: o cansaço constante não é normal. A inflamação crônica não é apenas um incômodo — é um processo que merece atenção, diagnóstico preciso e tratamento conduzido com olhar integrado, humano e profundo.

