Nos últimos anos, a discussão sobre a relação entre Terapia de Reposição Hormonal
(TRH) e emagrecimento feminino ganhou força, especialmente durante o climatério e a
menopausa, fases marcadas por intensas transformações hormonais no corpo da mulher.
A ginecologia moderna, representada por especialistas como a Dra. Kézia Senra, vem
desempenhando um papel fundamental ao esclarecer os benefícios, limites e cuidados
necessários para que a TRH seja aplicada de forma segura e eficaz.
O climatério, período de transição que antecede a menopausa, traz consigo sintomas que
vão muito além das conhecidas ondas de calor. Alterações no sono, irritabilidade, perda
de massa muscular, aumento da gordura abdominal e mudanças no metabolismo são
queixas frequentes. Esses fatores contribuem diretamente para a dificuldade no controle
de peso, o que impacta não apenas a autoestima, mas também a saúde cardiovascular e
metabólica
A Dra. Kézia Senra explica que a queda dos níveis de estrogênio e progesterona influencia
diretamente na distribuição de gordura corporal e na eficiência metabólica da mulher.
“Com o desequilíbrio hormonal, o corpo tende a acumular gordura visceral, que é mais
perigosa por estar associada ao risco de doenças cardiovasculares, resistência insulínica
e síndrome metabólica”, destaca a especialista.
Nesse contexto, a Terapia de Reposição Hormonal surge como uma aliada. Ao repor os
hormônios em níveis adequados, é possível restaurar parte do equilíbrio metabólico,
melhorar o sono, reduzir sintomas depressivos e otimizar a composição corporal.

Contudo, a Dra. Kézia ressalta que a TRH não deve ser encarada como uma solução
isolada para o emagrecimento. “Ela auxilia no processo, mas precisa estar integrada a um
programa de estilo de vida que inclua alimentação balanceada, prática regular de
exercícios e acompanhamento multidisciplinar.”
É importante, no entanto, compreender que a indicação da terapia é individualizada. Antes
de iniciar, cada paciente deve passar por uma avaliação minuciosa, que envolve histórico
clínico, exames laboratoriais e análise de riscos. Entre as contraindicações estão casos de
câncer de mama hormônio-dependente, doenças tromboembólicas e problemas hepáticos
graves.
A Dra. Kézia também alerta para a busca por resultados rápidos sem supervisão médica.
O uso indiscriminado de hormônios pode trazer sérios prejuízos à saúde. Por isso, o
acompanhamento ginecológico é imprescindível para ajustar doses, escolher a melhor via
de administração e garantir segurança no tratamento.
Em resumo, a TRH pode, sim, contribuir para o emagrecimento feminino, especialmente
quando o ganho de peso está associado às mudanças hormonais do climatério e da
menopausa. No entanto, o sucesso está em uma abordagem integrada, que alia ciência,
individualidade e responsabilidade médica. Como reforça a Dra. Kézia Senra, “o objetivo
maior é devolver qualidade de vida à mulher, e o emagrecimento surge como um
benefício dentro de um processo mais amplo de bem-estar e saúde”

